Fertilizante orgânico vs. resíduo orgânico: qual é a melhor escolha para a adubação da lavoura?

Os termos “fertilizante orgânico” e “resíduo orgânico” são distintos em sua composição, usos e aplicabilidades na agricultura, desempenhando papéis específicos na melhoria da fertilidade do solo e no crescimento das plantas.

O que diz a legislação do Ministério da agricultura? 

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) do Brasil possui regulamentações específicas sobre fertilizantes orgânicos. Segundo as normativas brasileiras, a definição de fertilizante orgânico é estabelecida pela Instrução Normativa nº 28, de 27 de julho de 2007.

De acordo com essa instrução normativa, fertilizante orgânico é definido como qualquer material de origem animal, vegetal, mineral, ou organomineral que forneça um ou mais nutrientes essenciais às plantas, resultando do processo controlado de compostagem, transformação ou decomposição de substâncias orgânicas. Esse processo deve ser conduzido de forma a atender aos critérios de qualidade e segurança estabelecidos pelo MAPA. 

Além disso, a legislação estabelece que os fertilizantes orgânicos devem ser provenientes de fontes naturais ou de resíduos agroindustriais, respeitando os parâmetros de qualidade estabelecidos pelo MAPA para garantir a segurança do produto e dos cultivos.

Essa definição visa regulamentar e garantir a qualidade dos fertilizantes orgânicos disponíveis no mercado, assegurando aos agricultores e consumidores que esses produtos atendam aos padrões estabelecidos de eficácia e segurança para a agricultura orgânica e convencional.

Os fertilizantes orgânicos referem-se a substâncias derivadas de materiais de origem animal e vegetal. A característica principal desses fertilizantes é a presença de nutrientes disponíveis para as plantas, como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, entre outros, além da presença de substâncias húmicas que melhoram o desempenho dos fertilizantes minerais quando utilizado nas formulações organominerais. Tais características são obtidas após um longo e tecnológico processo de decomposição biológica que é  realizado em ambiente controlado com objetivo de atingir alta qualidade no produto.  

Os fertilizantes orgânicos, além de fornecer nutrientes, também contribuem para a melhoria da estrutura do solo e estimulam a atividade microbiana benéfica, promovendo um ambiente favorável ao crescimento das plantas.

Por outro lado, os resíduos orgânicos são os restos ou sobras de matéria de origem orgânica, como restos de alimentos, folhas, cascas, entre outros materiais biodegradáveis. Esses resíduos possuem um potencial de uso na agricultura quando corretamente processados por meio da compostagem, porém quando não realizada a etapa de compostagem, não ocorre a liberação adequada de nutrientes, com isso não há garantia de solubilidade. Além de oferecer risco de contaminação biológica ou com resíduos químicos como herbicidas em função da origem do resíduo.   

Portanto, a principal diferença entre fertilizantes orgânicos e resíduos orgânicos está na sua forma e processo de utilização. Enquanto os fertilizantes orgânicos são produtos já preparados para fornecer nutrientes às plantas, os resíduos orgânicos são materiais brutos que que ainda necessitam do processo de compostagem. 

Diferenças entre fertilizante orgânico e resíduo orgânico